terça-feira, 15 de outubro de 2013

Europa - As Aldeias mais Belas de França - Portugal

Guarda

Europa

As Aldeias mais Belas de França
Portugal

Foto Reportagem

Fotos sequencialmente obtidas num percurso turistico por "Les plus beaux villages de France" que abrangeu as regiões Francesas de Aquitaine, Midy Pyrenees, Languedoc-Roussillon e Provence Alpes Cote d'Azur entre 1 de Julho e 5 de Agosto de 2009. PORTUGAL (Guarda)

As mais belas aldeias de França - Les Plus Beaux Villages de France - é uma associação privada francesa criada em 1982 com a finalidade de promover o turismo das pequenas comunas francesas ricas em património cultural de qualidade e que não tinha outros meios para se desenvolver turisticamente.

As fotos, cuja ordem corresponde à sequência do percurso, podem ser vistas AQUI.

Para ver as fotos em “tela inteira” não se esqueça de pressionar a tecla “F11”. Para voltar ao formato inicial prima de novo “F11”.

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GUARDA

A Guarda é uma cidade portuguesa com 42 541 habitantes, inserida no concelho homólogo com 712,11 km² de área e 42 541 habitantes (2011), subdividido em 55 freguesias. O município é limitado a nordeste pelo município de Pinhel, a leste por Almeida, a sudeste pelo Sabugal, a sul por Belmonte e pela Covilhã, a oeste por Manteigas e por Gouveia e a noroeste por Celorico da Beira. É ainda a capital do Distrito da Guarda que tem uma população residente de 173 831 habitantes. Situada no último contraforte Nordeste da Serra da Estrela, a 1056 metros de altitude, sendo a cidade mais alta de Portugal. Situa-se na região centro de Portugal e pertence à sub-região estatística da Beira Interior Norte.

Possui acessos rodoviários importantes como a A25 que a liga a Aveiro e ao Porto bem como à fronteira, dando ligação directa a Madrid; a A23 que liga a Guarda a Lisboa e ao Sul de Portugal, bem como o IP2 que liga a Guarda a Trás os Montes e Alto Douro, nomeadamente a Bragança.

A nível ferroviário, a Cidade da Guarda possui a Linha da Beira Baixa (encerrada para obras sem reabertura prevista) e a linha da Beira alta, que se encontra completamente electrificada permitindo a circulação de comboios regionais, nacionais e internacionais, constituindo "o principal eixo ferroviário para o transporte de passageiros e mercadorias para o centro da Europa" com ligação a Hendaye (França, via Salamanca-Valladolid-Burgos).

Conhecida pela cidade dos 5 Fs, a sua origem tem várias explicações:

A explicação mais conhecida e consensual do significado dos 5Fs diz que estes significam Forte, Farta, Fria, Fiel e Formosa. A explicação destes efes tão adaptados posteriormente a outras cidades é simples:

1 - Forte: a torre do castelo, as muralhas e a posição geográfica demonstram a sua força;

2 - Farta: devido à riqueza do vale do Mondego;

3 - Fria: a proximidade à Serra da Estrela explica este F;

4 - Fiel: porque Álvaro Gil Cabral – que foi Alcaide-Mor do Castelo da Guarda e trisavô de Pedro Álvares Cabral – recusou entregar as chaves da cidade ao Rei de Castela durante a crise de 1383-85. Teve ainda Fôlego para combater na batalha de Aljubarrota e tomar assento nas Cortes de 1385 onde elegeu o Mestre de Avis (D. João I) como Rei;

5 - Formosa: pela sua natural beleza.

Ainda relativamente ao 4º "F" da Cidade, é sintomática a gárgula voltada em direcção a nascente (ao encontro de Espanha): um traseiro, em claro tom de desafio e desprezo. É comum ver turistas procurando essa Gárgula específica, recentemente apelidada de "Fiel".

Outra explicação em que Júlio Ribeiro cantou a Guarda, vindo a nascer das suas quadras os 5 Fs tornados célebres: Feia, Farta, Fria, Fiadalga, Feiticeira, cinco Fs que o poeta deixou “gravadas” por baixo das armas da cidade.

A estes cinco viria a acrescentar-se um outro F de falsa, atribuído ao facto de o Bispo, ao tempo das invasões de Castela (crise de 1383-85), ter facilitado a sua entrada no palácio, entregando-lhe as chaves.

O ar, historicamente reconhecido pela salubridade e pureza, foi distinguido pela Federação Europeia de Bioclimatismo em 2002, que atribuiu à Guarda o título de primeira "Cidade Bioclimática Ibérica". Além de ser uma cidade histórica e a mais alta de Portugal, a Guarda foi também pioneira na rádio local, sendo mesmo a Rádio Altitude considerada a primeira rádio local de Portugal. As suas origens prendem-se com a existência de um sanatório dedicado à cura da tuberculose.

Toda a região é marcada pelo granito, pelo clima contrastado de montanha e pelo seu ar puro e frio que permite a cura e manufactura de fumeiro e queijaria de altíssima qualidade. É também a partir desta região que vertem as linhas de água subsidiarias das maiores bacias hidrográficas que abastecem as três maiores cidades de Portugal: para a bacia do Tejo que abastece Lisboa, para a Bacia do Mondego que abastece Coimbra e para a bacia do Douro que abastece o Porto. Existe mesmo na localidade de Vale de Estrela (a 6 km da cidade da Guarda) um padrão que marca o ponto triplo onde as três bacias hidrográficas se encontram.

É também uma zona que historicamente tem sido aproveitada para a mineração, havendo até algum folclore popular que afiança existir uma enorme jazida de urânio sob a cidade, e que os Americanos durante a Guerra Fria sabendo deste facto teriam proposto a Salazar mudar a cidade pedra por pedra para outro local. Certo é o facto de existir algum nível de radiação, especialmente em espaços fechados devido ao gás Radão.

Uma Cidade em Expansão

As origens da cidade perdem-se no tempo. No entanto todos os povoados que aqui se edificaram tinham o mesmo objectivo: a defesa e vigilância. Foi só a partir da construção da linha férrea que a cidade deixou de estar confinada ao interior das muralhas da cidadela medieval para se expandir grandemente.

Actualmente a cidade parece seguir um eixo de expansão em direcção a NE, possuindo já uma uma apreciável malha urbana, que no seu maior eixo excede já os 9 km de extensão (em linha recta) desde o seu ponto mais a Sul no Bairro do Torrão até ao seu ponto mais a norte na povoação (aglomerada à cidade) de Arrifana.

Apesar de esta expansão, foram-se mantendo alguns interstícios verdes no interior da malha urbana, que por condicionantes à construção - nomeadamente ligadas ao domínio hídrico - não eram urbanizáveis. Criando assim um interessante mosaico entre a paisagem rural e urbana. Esses mesmos espaços viriam a ser aproveitados aquando da iniciativa POLIS para o delineamento de um grande Parque Urbano (21 ha) junto do Rio Diz, equipamento esse que possui uma pista pedonal medicalizada de 2,2 km que tem uma afluência muito assinalável por parte da população nos meses em que o clima o permite. É também no interior deste parque que se situa um parque infantil de dimensões muito interessantes e um semi-coberto destinado à concertos e outros tipos de animação socio-cultural e desportiva.

É no ano de 1998 que se conclui a primeira fase da VICEG, uma via estruturante que permite o escoamento do transito das artérias do centro da cidade.

História Breve

Nos primeiros séculos da romanização da Península Ibérica habitavam a região da Guarda povos lusitanos. Entre os quais os Igaeditani, os Lancienses Oppidani e os Transcudani. Estes povos unidos sob uma autêntica federação viriam a resistir à romanização durante dois séculos. Ao contrário dos latinizados estes povos não consumiam vinho, mas antes cerveja de bolota. A sua arma de eleição era a falcata - uma espada curva - que facilmente quebrava os gládios romanos devido à sua superioridade metalúrgica. Os seus deuses pagãos diferiam também dos romanos, podem ainda hoje encontrar-se algumas inscrições religiosas lusitanas em santuários como o Cabeço das Fráguas.

Durante muito tempo os historiadores julgaram que a civitas Igaeditanorum (Egitânia) se localizava na Guarda mas mais recentemente chegou-se à certeza que tal localização era em Idanha-a-Velha. Daqui que o gentílico de egitanienses se enraizou. No entanto, se a Guarda não tivera sido Egitânia, teria sido o que então? Confinando com os terrenos dos Igaeditania, a norte estavam os dos Lancienses Oppidani cuja capital, a civitas Lancia Oppidana, foi referida a curta distância da actual localização da Guarda.

Esta teoria foi defendida acerrimamente pelo General João de Almeida (influente militar português, herói das campanhas de África, natural da Guarda), o que levou alguns críticos a menosprezá-la, no entanto, todas as pesquisas seguintes indicam a sua veracidade. Já o nome de Guarda terá sido uma derivação de um castro sobranceiro ao Rio Mondego, o Castro de Tintinolho, identificada como a Ward visigótica.

Após o período romano seguiram-se períodos de ocupação por parte dos visigodos, mais tarde pelo reino das Astúrias e também pela civilização islâmica. Só após o processo da reconquista é atribuído o foral, reconfirmando definitivamente a importância da cidade e da região.

O rei D. Dinis e D. Isabel estiveram na cidade mês e meio após casarem. O rei sancionou os «Costumes da Guarda» e viria a preparar a guerra com Castela, resolvida com o tratado de Alcanizes.

Lendas

Segundo uma lenda, no tempo da Reconquista, havia uma jovem Ana apaixonada por Alfonso III das Astúrias que seguiu o rei, vestida de soldado. Depois duma batalha, o rei descobriu o segredo de Ana e emocionado, mandou construir um castelo para Ana viver, tornando-se a guardiã daquelas terras.

Geografia

A Guarda é sobranceira ao Vale do Mondego, insere-se no último contraforte Norte da Serra da Estrela é a cidade mais alta de Portugal, quanto à altitude da área urbana do município, com altitude máxima de 1.056 metros.

Fruto desta altitude é também o curioso facto de esta região pertencer a três bacias hidrográficas - Mondego, Douro e Tejo, contribuindo desta forma para os recursos hídricos das regiões de Lisboa, Porto e Coimbra. O Ponto de confluência das três bacias localiza-se na povoação de Vale de Estrela nas imediações da Guarda.

Património arquitectónico e arqueológico

A cidade tem vários monumentos arquitectónicos, na sua maioria situados no centro histórico:

Igreja de São Vicente
Igreja da Misericórdia
Portas da cidade (do Sol, da Erva, Del Rei e Falsa)
Torre dos Ferreiros
Torre de Menagem (Castelo da Guarda)
Muralhas da cidade
Paço Episcopal
Solar dos Póvoas
Antigos Paços do Concelho
Pelourinho da Guarda ou Cruzeiro da Guarda
Convento de São Francisco da Guarda ou Convento do Espírito Santo
Complexo do ex-Sanatório Sousa Martins ou Hospital da Guarda

No centro histórico da Guarda encontram-se vários edifícios com marcas mágico-religiosas: um estudo de Novembro de 2006, editado pela Sociedade Pólis Guarda e pela autarquia local, identifica 48 marcas cruciformes em edifícios da zona da Judiaria.

Património Natural

Encontram-se classificadas como árvores de interesse nacional:

Todo o Arboreto do Hospital da Guarda
Castanheiro de Guilhafonso
Mais património Natural da Região:
Cão da Serra da Estrela - sem dúvida um dos mais interessantes canídeos de Portugal
Teixos da Serra da Estrela
Lobo Ibérico - as últimas alcateias livres a sul do Douro situam-se nesta região
Vale Glaciar de Manteigas
Orografia granítica, com afloramentos frequentes e por vezes com dimensões monumentais
Carvalhais de Carvalho Negral
Soutos e Castinçais
Possível Cratera de 35 km de diâmetro

O Concelho encontra-se parcialmente inserido no Parque Natural da Serra da Estrela

Turismo e Gastronomia

O turismo é também uma aposta da Guarda. Actualmente, o concelho tem vários hotéis que aproveitam a proximidade com a Serra da Estrela, com as Aldeias Históricas e com a região do vinícola do Douro que posicionam a Guarda como base ideal para a descoberta desses destinos . A gastronomia do concelho é muito diversificada, com destaque para o Caldo de Grão, o Bacalhau à Conde da Guarda, Bacalhau à Lagareiro, o Cabrito Assado, as Morcelas da Guarda e o Arroz Doce.

Gentílico

Alguns autores acham que o gentílico da Guarda não é guardenses, mas egitanienses. A palavra deriva de Egitânia, o nome latino de Idanha, e tem a ver com o facto de a diocese da Idanha (actualmente a pequena aldeia de Idanha-a-Velha, concelho de Idanha-a-Nova), ter sido transferido para a Guarda. Apesar deste facto, os naturais da Guarda gostam de ser chamados de guardenses, tendo o termo egitaniense vindo a perder adeptos ao longo do tempo.


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